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CIS-Guanabara apresenta remontagem de Fruta Gogoia, 10 anos após sua criação

Espetáculo usa linguagem cifrada como estratégia de burlar a censura durante os anos de chumbo



Eu Sou Uma Fruta Gogoia, em Tendência Não Binária é o espetáculo que encerra a participação do CIS-Guanabara na 11ª. edição da Bienal Sesc de Dança. A peça, contemplada pelo programa Rumos Itaú Cultural em 2009, trata dos efeitos e ecos do tropicalismo e do uso de linguagem cifrada como estratégia de burlar a censura durante os anos 1970 no Brasil. As apresentações ocorrem nos dias 21 e 22 de setembro (sábado e domingo), sempre às 18h30, no Armazém do Centro Cultural da Unicamp (CIS-Guanabara).

 A artista Thelma Bonavita remonta o espetáculo Eu sou uma fruta gogoia em três tendências após dez anos de sua criação. O processo de remontagem, que originou Eu Sou uma Fruta Gogoia, em Tendência Não Binária propõe pensar o que considera os três eixos principais do fazer artístico da dança contemporânea: transmissão, memória e modos de criação. Também evidencia a presença do legado da antropofagia de Mário de Andrade (1893-1945), canibalizando tanto a música Fruta Gogoia como Gal Costa, que foi um sex symbol no mesmo período.

Nesta nova versão, o espetáculo tem o jovem artista Pedro Galiza como convidado. “A escolha de um performer não binário aprofunda a discussão do aspecto queer e feminista da primeira versão da peça. Decorrente tanto do novo contexto quanto do novo performer, existem alterações em sua fiscalidade e visualidade: essa ‘gogoia’ é gótica e não binária”, diz Bonavita. O termo queer, proveniente do inglês, é usado para designar pessoas que não seguem o modelo de heterossexualidade ou do binarismo de gênero.

A maior parte processo de remontagem se deu pela internet, por meio de trocas via Google Docs e mensagens de áudio e vídeo no WhatsApp. A obra se estruturou através de análises do cenário atual brasileiro, da biografia do artista convidado e se baseia em uma partitura triádica: tendência a flutuar, tendência transitiva e tendência mutante.

No CIS-Guanabara, o evento, com a coordenação da agente cultural Silvana Di Blasio, tem o apoio da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PROEC), da Unicamp. A Bienal Sesc de Dança é uma realização do Sesc São Paulo com apoio da Unicamp e da Prefeitura Municipal de Campinas. 

 

Serviço:

BIENAL SESC DE DANÇA

De 12 a 22 de setembro – Campinas (SP).

Sesc Campinas (Rua Dom José I, 270/333 – Bonfim, Campinas. Telefone (19) 3737-1500) e outros espaços da cidade.

Os ingressos para esse espetáculo custam R$ 40,00 (inteira), R$ 20,00 (meia) e R$ 12,00 (credencial plena). Duração: 50 minutos. Recomendação etária: 12 anos

Consulte a programação completa e vendas de ingressos no site  www.sescsp.org.br/bienaldedanca.

O CIS fica à Rua Mário Siqueira, 829, Botafogo, Campinas (estacionamento gratuito no local).

 

Para mais informações, acesse aqui.