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Proec divulga lista de propostas aprovadas no PEC 2018

Projetos aprovados têm vínculo com atividades de pesquisa e ensino



| Autor Maria Alice da Cruz | Fotos Divulgação | Vídeo PRoeC

 

Os avaliadores da 12ª edição do edital para Projetos de Extensão (PEC) aprovaram 38 trabalhos a serem desenvolvidos com apoio financeiro da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec) da Unicamp (relação no fim do texto). O vínculo com atividades de pesquisa e ensino foi o primeiro requisito considerado pelos avaliadores, externos à Proec, em consonância com o conceito de extensão. Este ano, foram submetidas 93 propostas, 74 classificadas para a segunda fase de avaliação. O financiamento totaliza R$ 365.044, e o valor destinado a cada projeto é de R$ 10 mil.

A seleção deste ano contempla 19 linhas de extensão, com destaque para os temas “grupos sociais vulneráveis” – com seis propostas – e “jovens e adultos” – com cinco trabalhos. Segundo o pró-reitor de Extensão e Cultura da Unicamp, Fernando Hashimoto, o número reflete a característica de docentes e alunos que submetem as propostas. “Se a grande maioria tem esta característica, isto não é diferente do que acontece no País.” Os projetos de extensão de universidades públicas geralmente nascem do compromisso social de pessoas da comunidade universitária e atingem  regiões com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) baixo.

 

 

Parcerias
Além de demandas regionais, alguns projetos surgem de diálogo com órgãos de governo ou até mesmo instituições de iniciativa privada, como é o caso de dois projetos do Departamento de Sáude Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas (FCM): “Extensão, Ensino e Pesquisa na Penitenciária Feminina de Campinas: busca por um modelo transformador” e “Fundação Casa de Campinas: busca por um modelo transformador da realidade de populações encarceradas”. De acordo com o professor da FCM Paulo Eduardo Velho, os projetos foram motivados pela procura de uma promotora do Ministério Público pela FCM com a constatação de que os meninos da Fundação Casa não tinham acesso adequado aos serviços de saúde. “Ela procurou a professora Silvia Santiago – pela experiência com as mulheres da penitenciária de Campinas – para saber como a universidade poderia ajudar a melhorar este quadro. E elas se deram conta de que isso não era uma pergunta para elas, mas para a universidade.” O questionamento fez com os professores pensassem num projeto que servisse como reflexão para toda a universidade sobre este problema social.

A ideia, segundo Paulo Velho, é levar alunos de graduação e pós-graduação a um novo cenário em que diagnósticos possam ser feitos para uma ação que vá além da Faculdade de Ciências Médicas. “O problema do sistema carcerário tem uma magnitude muito grande e certamente não se resolve somente com a saúde ou fazendo uma consulta ou receita.”

Assim como a manifestação do Ministério Público, Hashimoto ressalta que a busca de parcerias é crescente também por parte de empresas públicas e da iniciativa privada. Há convênios com prefeituras e órgãos do Estado de São Paulo. “A extensão não é somente para um público específico, é para todos. Nossa intenção, como pró-reitoria, é criar cada vez mais este ambiente possível de contato com essas empresas e entidades públicas para conseguirmos parcerias.”

Débora Cristina Jeffrey (FE), Fernando Hashimoto (PRoeC), Paulo Eduardo Velho (FCM) e Silvia Santiago (FCM)

 

Direitos Humanos
Autora do projeto “Atividades de escrita de narrativas para a educação em direitos humanos”, a professora do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) Daniela Palma acredita, num momento em que temas relacionados aos direitos humanos passaram a atrair afetos negativos, a aprovação de projetos mobilizem ações, diálogos e reflexões sobre alguns desses temas é uma sinalização positiva da Unicamp de que é importante valorizar esses princípios e atuar no combate ao autoritarismo, aos preconceitos e às diversas formas de violência.

O projeto coordenado por ela surgiu do trabalho de um grupo de pesquisa em linguagem e direitos humanos do IEL. “O objetivo de nosso grupo sempre foi o de produzir alguma contribuição que pudesse ultrapassar os limites da universidade, mais concretamente algum tipo de ferramenta para a educação em direitos humanos que fosse direcionada principalmente à educação básica.”

Para Daniela, a educação e a sensibilização para os direitos humanos pede posturas de naturezas mais integradoras e voltadas para ação. A extensão universitária, em sua opinião, como a rubrica que reúne atividades, voltadas para as práticas, com grande potencial para integrar áreas e comunidades e que são voltadas para a prática – principalmente –, configura-se como um dos campos de atuação mais propícios para a solidificação de políticas universitárias, com o foco em questões relacionadas à justiça social e à cultura da paz. Ela acrescenta que o Pacto de Educação em Direitos Humanos, ao qual a Universidade aderiu em 2017, e a Cátedra de Refugiados Sérgio Vieira, criada no mesmo ano, como também muitas outras ações pontuais em diversas áreas da instituição, demonstram como o trabalho em direitos humanos e cidadania dentro da universidade deve se pautar pela integração entre pesquisa, ensino, extensão e vivência comunitária.

Africanidades
Para a professora da Faculdade de Educação da Unicamp, Débora Cristina Jeffrey, a extensão permite aproximar alunos de graduação e pós-graduação das demandas da sociedade. O projeto “Educação para as Africanidades: formação para a cidadania”, é dedicado à formação de educadores formais e não formais educadores para promover o conhecimento e a reflexão de diferentes práticas pedagógicas no campo da educação em cultura africana.  “Há dados comprovados de que os resultados de pesquisas não chegam aos professores, então a proposta do projeto é fazer com que os participantes entendam a importância de debater e refletir sobre esta temática.”

A proposta foi escrita a partir de uma necessidade diagnosticada durante atividades do Coletivo Negro com Práticas Pedagógicas em Africanidades (Coneppa), composto por professores e alunos da Universidade. Débora manifestou o desejo de ver mais profissionais e alunos da Unicamp envolvidos em projetos de extensão.

Humanização
Para a professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas e coordenadora do projeto “Oficinas de Automaquiagem para Mulheres com Câncer: cosmetologia em prol da saúde”, Gislaine Ricci Leonardi, o PEC 2018 contribuirá para um tratamento mais humanizado, que promova a elevação da autoestima e da qualidade de vida das pacientes durante e após o tratamento. “Sabemos que o tratamento contra o câncer (CA) costuma ocasionar efeitos colaterais que podem trazer tristezas e desânimos aos pacientes e, por isso, pretendemos integrar diferentes profissionais.”

O edital PEC é aberto anualmente, e a divulgação é publicada na página da Proec e em outras mídias da Unicamp. “Espero que mais professores e alunos participem dos projetos de extensão”, finaliza Hashimoto.

 

Lista de projetos aprovados pelo PEC 2018

- Cursinho Popular Zilda Arns (Faculdade de Ciências Médicas)

- Extensão, Ensino e Pesquisa na Penitenciária Feminina de Campinas: busca por um modelo transformador (Faculdade de Ciências Médicas)

- Grupo de Estudos Alfabetização em Diálogo: formação continuada na Educação Básica (Faculdade de Educação)

- "É da cultura”: casa de farinha na aldeia Xucuru-Kariri em Caldas-MG (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas)

- Pureco: Plataforma Digital para Autonomia Econômica de Mulheres Desfavorecidas (Faculdade de Engenharia Elétrica e da Computação)

- Projeto Além da Escola (Instituto de Computação)

- Integração comunitária entre estudantes da pós-graduação e a escola Professora Leontina Silva Busch (Faculdade de Ciências Aplicadas)

- Ação Educativa para Adolescentes Gestantes e Não Gestantes (Faculdade de Enfermagem)

- Educação para as Africanidades: formação para a cidadania (Faculdade de Educação)

- Educação de Jovens e Adultos na Comunidade Universitária da Unicamp (Instituto de Economia)

Cursinho Popular Quilombo Urbano O.M.G (Faculdade de Educação)

O Vale dos Dragões (Instituto de Biologia)

OBMEP na Unicamp (Instituto de Matemática, Estatística e Ciência da Computação)

Cursinho Pré-Vestibular Colmeia: Jovens Construindo Seus Projetos de Futuro (Faculdade de Ciências Aplicadas)

Musicologia na Mídia: Divulgação democrática da pesquisa em música através do ensino a distância (Reitoria/CGU/Cocen/Nics)

Fundação Casa de Campinas: busca por um modelo transformador da realidade de populações encarceradas (Faculdade de Ciências Médicas)

Interações artísticas CEU ESPERANÇA: Poéticas da memória e do Pertencimento(Instituto de Artes)

Oficinas de Automaquiagem para Mulheres com Câncer: Cosmetologia em prol da saúde (Faculdade de Ciências Farmacêuticas)

Democratizando a Ginástica em Limeira (Faculdade de Ciências Aplicadas)

Projeto Exato – Um projeto de ensino dirigido a estudantes da rede pública da região de Campinas (Instituto de Química)

Atividades de escrita de narrativas para a educação em direitos humanos (Instituto de Estudos da Linguagem)

TRANSmoras em Cena (Instituto de Artes)

Paisagens históricas na Amazônia: elaboração de materiais de apoio didático Kalapalo (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas)

Galileu vai no Matão - Método científico fácil (Instituto de Física Gleb Wataghin)

Integração e desenvolvimento agrícola através dos canais curtos de alimentação (Faculdade de Engenharia Agrícola)

Cursinho Popular Flor de Maio - Hortolândia/SP (Faculdade de Educação)

POTI na Unicamp - desenvolvendo talentos em matemática (Instituto de Matemática, Estatística e Ciência da Computação)

Educação e Saúde: o lúdico promovendo qualidade de vida da criança (Faculdade de Enfermagem)

Apoio ao Ensino de Física com Demonstrações Experimentais (Instituto de Física Gleb Wataghin)

Educação Ambiental e gestão de Bacias Hidrográficas: diálogo entre a universidade e Educação Básica 9 (Instituto de Geociências)

Planejamento e implementação de sistema agroflorestal por meio de mutirão-oficina (Faculdade de Educação)

Formação de Produtores Artesanais de Alimentos (Faculdade de Engenharia de Alimentos)

Diversidade vegetal em foco: despertando o interesse pelas plantas e pelo seu estudo (Instituto de Biologia)

Cartografia popular: territorialidade, conflito socioambiental e defesa dos direitos das populações (Instituto de Economia)

Educação em saúde para mães presas e seus bebês (Faculdade de Enfermagem)

Patrimônio, memória e educação: outros olhares para o estudo da história local (Faculdade de Educação)

Práticas do lazer com criança, para desenvolvimento das habilidades socioemocionais através dança (Faculdade de Educação)

Jardim Botânico da Unicamp: canteiros temáticos para popularizar o conhecimento sobre plantas (Instituto de Biologia)

 

Relação de avaliadores

Alessandro Lucas da Silva (FCA)

Amauri Aparecido Aguiar (Cotil)

Ariane Polidoro Dini (Fenf)

Carolina Cantarino Rodrigues (FCA)

Diego Muraca (IFGW)

Everton Emanuel Campos De Lima (IFCH)

Gabriel Ponce (Imecc)

Gislaine Elias Alipio Silveira (Proec)

Guilherme Araujo Wood (Cotuca)

Henrique Marques Barbosa De Souza (IB)

José Alexandre Leme Lopes Carvalho (IA)

Laís Silveira Fraga (FCA)

Lubienska Cristina Lucas Jaquiê Ribeiro (FT)

Lucas Rios do Amaral (Feagri)

Maria Aparecida Diniz Ehrhardt (Imecc)

Mario Bernal Rodriguez (IFGW)

Mauro Cardoso Simoes (FCA)

Muriel de Oliveira Gavira (FCA)

Oswaldo Goncalves Junior (FCA)

Otavio Gomes Cabello (FCA)

Pedro Maciel Guimaraes Junior (FCA)

Rafael de Brito Dias (FCA)

Samuel Rocha de Oliveira (Imecc)

Taisa Helena Pascale Palhares (IFCH)

Tania Basso (Cotil)